Escala 6×1 vira alvo no Congresso e debate expõe desgaste real dos trabalhadores

Brasília-DF, terça-feira, 11 de novembro de 2025


Brasília, terça-feira, 11 de novembro de 2025 - 13:32

Escala 6×1 vira alvo no Congresso e debate expõe desgaste real dos trabalhadores

Em audiência da Comissão de Trabalho da Câmara, sindicatos, governo e empresários enfrentam impasse entre produtividade e qualidade de vida. Jornada de 6 dias por 1 de folga é taxada de “modelo perverso”

Foto: Allexandre Silva/MTE.

Na audiência promovida pela Comissão de Trabalho da Câmara, nesta segunda-feira (10), o regime de 6 dias de trabalho e apenas 1 de folga foi colocado como símbolo de jornada que, segundo participantes, penaliza a saúde, a vida social e o descanso dos empregados.

O ministro do Trabalho e Emprego, Luiz Marinho afirmou que “a perversidade” da escala está ligada à desigualdade histórica que penaliza os mais pobres e ressaltou a necessidade de evolução legal para frear esse padrão:

“Precisamos devolver às trabalhadoras e trabalhadores o direito a pelo menos 2 dias consecutivos de descanso.”

A proposta e o impasse
A PEC 8/25 prevê a redução da jornada semanal para 36 horas e o fim da escala 6×1, por exemplo, implementando regimes como 4 × 3 — 4 dias de trabalho e 3 de descanso.

No entanto, representantes empresariais e setores que dependem de operação contínua alertam para os custos e ajustes que a mudança exigiria, inclusive em negociação coletiva. Abrindo, segundo esses setores da economia, tensão entre o ideal e o real.

Produtividade à custa do trabalhador
Apesar dos discursos de modernização, o debate revela contradição persistente: enquanto se prega eficiência e economia, mantém-se jornadas que especialistas consideram ultrapassadas e prejudiciais.

A escala 6×1 não apenas pressiona corpo e mente como envia recado claro de que o trabalho ainda está acima da vida.

Para muitos trabalhadores, o “descanso” de apenas 1 dia por semana não é pausa — é sobrevivência mínima.

A Câmara tem agora a oportunidade de colocar o Brasil em sintonia com países que já experimentam jornadas mais curtas sem colapso produtivo. O risco de nova postergação deixa a reforma vulnerável à complacência.

O que vem a seguir
O relator da subcomissão, deputado Luiz Gastão (PSD-CE), anunciou que o relatório sobre a PEC será finalizado nesta semana e pode subir para votação em comissão especial.

Se a proposta avançar, o País entrará em novo capítulo do debate trabalhista, onde não será apenas sobre “quantas horas”, mas quem trabalha, como, e com que qualidade de vida.

Os trabalhadores em regime 6×1, porém, não podem esperar: para eles, o relógio já correu.









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