PJ x CLT: entre acesso a direitos e ausências desses, trabalhadores querem proteção

Brasília-DF, quarta-feira, 12 de novembro de 2025


Brasília, quarta-feira, 12 de novembro de 2025 - 15:46

PJ x CLT: entre acesso a direitos e ausências desses, trabalhadores querem proteção

É o que aponta pesquisa “O Trabalho no Brasil”, da Vox Populi a pedido da CUT e Fundação Perseu Abramo. Dados serão debatidos com governo, Legislativo, Judiciário, ambiente acadêmico e movimento sindical

Divulgação CUT.

A pesquisa atualizou o perfil dos trabalhadores do Brasil, que clama pela proteção da CLT (Consolidação das Leis do Trabalho). Entre maio e junho, foram ouvidos 3.850 trabalhadores de todo o País. Dentre os que já tiveram carteira assinada, 55,3% declararam o desejo de voltar a ser celetista.

Os pesquisadores questionaram qual a modalidade de contratação e remuneração desses profissionais, se são autônomos, empreendedores, servidores ou se exercem atividade por meio de plataformas.

Os dados obtidos serão debatidos com sindicatos de base e levados aos órgãos do governo, Legislativo, Judiciário, instâncias acadêmicas e movimento sindical.

“Empreendedorismo por necessidade”
A pesquisa se desdobra em diferentes eixos. Um desses investigou sobre como o trabalhador se vê e se classifica dentro do universo do chamado empreendedorismo.

Mais da metade dos autônomos declarou preferir trabalhar com contratação via carteira de trabalho, com garantia dos direitos previstos na CLT, como férias remuneradas com adicional de 1/3, 13º, FGTS, seguro-desemprego — em caso de demissão sem justa causa —, licença-maternidade e paternidade, além de outros direitos como jornada de trabalho regulamentada, vale-transporte e horas extras.

Isto porque, segundo a pesquisa, diferente do que divulgam por aí, na contratação via CNPJ os salários são menores, enquanto as exigências são maiores e, por vezes, inadequadas, e com jornadas exaustivas.

Para 44,5%, os salários baixos são o principal obstáculo para conseguir bom emprego. Em segundo, vêm as exigências excessivas (38,7%), seguida do problema da baixa valorização (25,5%).

Por tudo isso, empreender é muito mais necessidade do que opção. É “estratégia de sobrevivência”, segundo a CUT (Central Única dos Trabalhadores), que divulgou a pesquisa.

Onde estão inseridos
Os que atuam no chamado “empreendedorismo de necessidade” afirmam insatisfação (13%) e falta de estabilidade financeira (10%). Também reclamam de falta de benefícios (10%) e de trabalhar sem folgas (9,4%).

O grupo exerce as seguintes atividades:

● ambulante ou sacoleiro;
● trabalhador da construção civil;
● cabeleireiro ou barbeiro;
● comerciante;
● cozinheiro;
● artesão;
● técnico em TI;
● manicure, pedicure, depiladora;
● mecânico; e
● faz-tudo ou “marido de aluguel”.

São áreas associadas à informalidade, que não precisam de muito investimento para iniciar. Diferente do empreendedorismo de oportunidade, essas estão vulneráveis diante das variações econômicas.

Futuro deixado de lado
Nessas condições, o trabalhador se vê na urgência de suprir necessidades imediatas. Mas não consegue ter organização para assegurar o sustento futuro.

Além dos direitos trabalhistas da CLT, fica forçado a deixar para depois questões como Previdência e aposentadoria.

Autonomia e flexibilidade atraem
Entre os que preferem empreender, a pesquisa identificou que valorizam a autonomia e a flexibilidade.

Nesse grupo, cerca de 33% responderam que aceitariam voltar a ter a carteira assinada.

Como enxergam o trabalho
Costuma-se propagar a falsa ideia de que o trabalhador brasileiro seja desinteressado. A pesquisa prova o contrário: existe, sim, interesse das pessoas em ter profissão para se dedicar.

O estudo destacou o seguinte ponto de vista dos entrevistados:

● 7 em cada 10 veem o trabalho como fundamental em suas vidas;
● 9 em cada 10 compreendem o trabalho como espaço de aprendizado;
● 9 em cada 10 associam o trabalho à valorização pessoal; e
● 8 em cada 10 reconhecem o trabalho como fonte de propósito.

Entre 80% e 90% afirmaram que o trabalho promove sensação de ser útil e valorizado, além de propiciar interação com outras pessoas e criar relacionamentos.

Demais eixos abordaram condições de trabalho, percepção atual sobre emprego, jornada, prioridades para ação sindical e políticas públicas orientadas ao trabalhador.









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