Brasília, terça-feira, 7 de fevereiro de 2012 - 13:15
CONTRA CRISE
OIT: mundo enfrenta desafio de gerar 600 milhões de empregos
Fonte: ONU Brasil
Relatório diz que é preciso criar empregos decentes para os cerca de 900 milhões de trabalhadores que vivem com suas famílias abaixo da linha de pobreza de 2 dólares por dia, a maioria nos países em desenvolvimento
O mundo enfrenta o "desafio urgente" de criar 600 milhões de empregos produtivos na próxima década, a fim de gerar crescimento sustentável e manter a coesão social, de acordo com o relatório anual sobre o emprego mundial divulgado pela Organização Internacional do Trabalho (OIT).
"Após três anos de contínuas condições de crise nos mercados de trabalho globais e diante da perspectiva de uma maior deterioração da atividade econômica, o desemprego afeta 200 milhões de pessoas em nível mundial", diz a OIT em seu relatório anual intitulado "Tendências Mundiais de Emprego 2012: prevenir uma crise mais profunda de empregos".
Além disso, o relatório diz que mais de 400 milhões de novos empregos serão necessários na próxima década para absorver o crescimento anual da força de trabalho, estimado em 40 milhões por ano.
O relatório também diz que o mundo enfrenta o desafio adicional de criar empregos decentes para os cerca de 900 milhões de trabalhadores que vivem com suas famílias abaixo da linha de pobreza de 2 dólares por dia, a maioria nos países em desenvolvimento.
"Apesar dos esforços extenuantes dos governos, a crise do emprego não diminui e um a cada três trabalhadores em todo o mundo - ou cerca de 1 bilhão de pessoas - está desempregado ou vive na pobreza", disse Diretor-Geral da OIT, Juan Somavia.
"O que é necessário é que a criação de empregos na economia real deve tornar-se nossa maior prioridade".
O relatório diz que a retomada iniciada em 2009 foi de curta duração e que há 27 milhões de trabalhadores desempregados a mais do que no início da crise.
O fato de que as economias não estão gerando emprego suficiente se reflete na relação emprego-população (a proporção da população em idade de trabalhar que está empregada), que sofreu o maior declínio já registrado entre 2007 (61,2%) e 2010 (60,2%).
Ao mesmo tempo, há quase 29 milhões de pessoas a menos na força de trabalho agora do que seria esperado com base em tendências pré-crise.
Se esses trabalhadores desestimulados fossem contados como desempregados, o desemprego global subiria dos atuais 197 milhões para cerca de 225 milhões, e a taxa de desemprego subiria de 6% para 6,9%.
O relatório traça três cenários para a situação do emprego no futuro. A projeção de referência é de 3 milhões de desempregados a mais em 2012, subindo para 206 milhões até 2016.
Se as taxas de crescimento global caírem abaixo de 2%, o desemprego subiria para 204 milhões em 2012. Em um cenário mais positivo, assumindo uma rápida resolução da crise da dívida na zona do euro, o desemprego global seria cerca de 1 milhão menor em 2012.
Os jovens continuam entre os mais atingidos pela crise do emprego. A julgar pelo rumo atual, diz o relatório, há pouca esperança de uma melhora substancial em suas perspectivas de emprego em curto prazo.
O relatório diz que 74,8 milhões de jovens entre 15 e 24 anos estavam desempregados em 2011, um aumento de mais de 4 milhões desde 2007.
Acrescenta que, globalmente, os jovens têm quase três vezes mais probabilidade do que os adultos de estarem desempregados. A taxa de desemprego global da juventude, de 12,7%, continua um ponto percentual acima do nível pré-crise.
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